PROJETO TRANSFERE
A Química dos Corantes Alimentícios
Vermelho, laranja, amarelo, púrpura... As opções são muitas!
Naturais ou sintéticos, os corantes são substâncias que dão cor a tecidos, alimentos, medicamentos, cosméticos, entre outros produtos. Muitos deles também podem ser usados como indicadores, por mudarem de cor conforme o ambiente químico em que se encontram. Os corantes, aliás, têm uma importância histórica, social e econômica. A busca por novos corantes e a síntese das versões naturais fazem parte da história da química e da nossa cultura. Confira a seleção de algumas moléculas representativas dessas substâncias incríveis!
Para enriquecer ainda mais seu conhecimento, sugerimos alguns artigos sobre o tema de hoje:
CORANTES ALIMENTÍCIOS
https://revistas.ufpr.br/alimentos/article/viewFile/1248/1048
REMOÇÃO DOS CORANTES AZUL BRILHANTE, AMARELO CREPÚSCULO E AMARELO TARTRAZINA DE SOLUÇÕES AQUOSAS UTILIZANDO CARVÃO ATIVADO, TERRA ATIVADA, TERRA DIATOMÁCEA, QUITINA E QUITOSANA: ESTUDOS DE EQUILÍBRIO E TERMODINÂMICA
CORANTES PERMITIDOS PELA ANVISA
LICOPENO
Molécula
Fórmula molecular C40H56 e massa molar 536,87 g/mol. A molécula de licopeno apresenta uma cadeia carbônica aberta e ramificada, salientando-se a presença de ligações duplas conjugadas.
O que é licopeno?
O licopeno é um pigmento natural de cor vermelha, presente no tomate, goiaba, melancia e outros alimentos com essa cor. Pertence à classe dos carotenos, assim como o beta-caroteno e alfacaroteno, que dão a cor laranja a alimentos como a cenoura.
Efeitos do licopeno
Além de ser um corante alimentar, ele ajuda no sistema imunológico. Devido às suas propriedades antioxidantes, o licopeno atua na regulação da concentração de radicais livres de oxigênio, cuja produção elevada está relacionada a diversas doenças.
PRESENÇA DE LICOPENO EM ALIMENTOS
Complexo Vitamínico
Tartrazina
A Tartrazina é uma substância de fórmula C16H9N4Na3O9S2 e massa 534,36 g/mol. Na molécula de Tartrazina, salientase a presença de grupos hidroxila, carbonila, carboxilato, SO3 e azo.
Molécula
Efeito do Tartrazina:
Esse corante pode apresentar efeitos negativos para a saúde em pessoas sensíveis à substância. Dentre todos os corantes azo, a tartrazina parece causar as reações alérgicas mais fortes. Dentre os sintomas, destacam-se falta de ar, rinite, náuseas, broncoespasmos, urticária, eczema e dor de cabeça. A reação alérgica pode ocorrer por ingestão ou exposição cutânea a um produto contendo tartrazina e surge depois de períodos de tempo que variam de minutos a 6 a 14 horas. Pessoas com asma ou bronquite seriam mais sensíveis à tartrazina.
O que é Tartrazina:
Esse composto é um corante azo de cor amarelo limão de amplo uso em todo o mundo. Também é conhecido pelos códigos E-102 e amarelo nº 5. Misturado com outros corantes, pode resultar em vários tons de verde, embora seja mais comumente utilizado na cor amarela.
Aplicações:
O principal uso da tartrazina é na indústria alimentícia, em sucos, bebidas energéticas, refrigerantes, salgadinhos, balas, geleias, sorvetes, biscoitos, mostarda, entre outros. Nos medicamentos, esse corante pode ser empregado em remédios líquidos, géis ou comprimidos, seja para facilitar a identificação, seja para torná-los mais atrativos para as crianças.
RÓTULOS DE ALIMENTOS COM TARTRAZINA
Refrigerante
Balas
PONCEAU
O que é Ponceau:
O Ponceau 4R também conhecido pelo código E124 é um corante sintético vermelho utilizado industrialmente na produção de uma grande variedade de alimentos como balas, doces, refrescos, bebidas enlatadas; na coloração de alguns medicamentos e até mesmo no tingimento de tecidos.
(8E)-7-oxo-8-[(4- sulfonatonaftaleno-1 il)hidrazinilideno]naftaleno-1, 3-dissulfonato trissódico, fórmula C20H11N2Na3O10S3, massa 604,47 g/mol, é uma substância sólida de cor vermelha
Molécula
Efeitos do Ponceau:
Devido a relatos de reações alérgicas ao ponceau 4R, principalmente entre as pessoas com asma e algumas intolerantes à aspirina, ele foi proibido nos Estados Unidos e teve seu uso restrito em alguns países da União Européia. Nos demais países, ele continua sendo usado sem maiores restrições. Alguns estudos relacionaram o uso de uma mistura de corantes, contendo o ponceau 4R, com a hiperatividade observada em crianças pequenas.
RÓTULOS DE ALIMENTOS COM pondeau
Geleia
Regras da ANVISA para os corantes alimentícios:
Conforme o Decreto 55.871 de 26/03/65, art.4º, corante é toda substância que confere ou intensifica a cor dos alimentos. E no art. 10, afirma que os corantes tolerados pelo presente Decreto compreendem: corantes naturais, caramelo e corantes artificiais.
§ 2º Considera-se "caramelo" o produto obtido, a partir de açucares, pelo aquecimento e temperatura superior ao seu ponto de fusão e ulterior tratamento indicado pela tecnologia.
No § 3º do decreto supracitado, considerase “Corante artificial” a substância, corante artificial de composição química definida, obtida por processo de síntese. Uma lista com os corantes artificiais e naturais permitidos no Brasil pode ser encontrada no site da ANVISA.
Pela legislação atual, através das Resoluções n° 382 a 388, de 9 de agosto de 1999, da ANVISA, são permitidos no Brasil para alimentos e bebidas o uso de apenas 11 corantes.
No art.10, § 1º do Decreto 55.871 de 26/03/65, considera-se “Corante Natural” o pigmento ou corante inócuo extraído de substância vegetal ou animal.
Os rótulos dos alimentos coloridos artificialmente devem conter os dizeres “Colorido artificialmente” e ter relacionado nos ingredientes o nome completo do corante ou seu número de INS (International Numbering System).
Referências:
ANVISA Decreto nº 55871, de 26 de março de 1965; disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33916/391619/DECRETO%2BN%25C2%2 5BA%2B55.871%252C%2BDE%2B26%2BDE%2BMAR%25C3%2587O%2BDE %2B1965.pdf/59b8704c-52f4-481d-8baa-ac6edadf6490 acessado em: 26/10/2018
BARROS, Augusto Aragão de; BARROS, Elizabete Barbosa de Paula. A Química dos Alimentos: Produtos fermentados e corantes. (Coleção Química no cotidiano, v.4).-São Paulo :Sociedade Brasileira de Química,2010.
Corantes permitidos pela ANVISA, disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/2954708/Cap%C3%ADtulos+do +Volume+1+-+13+Subst%C3%A2ncias+corantes.pdf/30224e2c-f071-46c0-b415- 7e3b0db90823 , acessado em: 13/11/2018 S
SHAMI, N. J. I. E; MOREIRA, E. A. M. Licopeno como agente antioxidante. Revista de Nutrição. Campinas, v. 17, n. 2. abr/jun. 2004.